segunda-feira, 27 de agosto de 2007

não tenho
par que
me dance a quadrilha.
dançaremos em o passado.
em pública praça.
2 crianças, que sorri
dança.
roupa forjada.
vestido de chitinha mínima.
2 marichiquinhas, sandalinha.
rosto pintadinho e batom também.
eu, calça jeans que mãe remendou.
camisa xadrez emprestada
e sapato qualquer.
bigode falso e chapéu comprado
em venda próxima (de o passado).
há um sapato qualquer em o pé
e arrasta pé.
anarriê, balancê.
Pedro Pan, 2007
helainianas
alfabetizadores tem
por o princípio
amor à lingua.
língua mãe.
fala calma. fala correcta.
se preciso for, ensina
a matemática, a aritmética.
porém, seu amor vem
de gramática.
e bê a bá por princípios.
Pedro Pan, 2007
genitores
pois zé,
quem me dirce?
pois dirce
quem me zé
Pedro Pan, 2005

Há flores ser em Souvenir letal.

30 comentários:

maria. disse...

sabe o que é
eu sinto falta de ser criança.
a consciencia além de pesar,
machuca.

Anônimo disse...

dóru essa tal de festa junina...

beijos

Anônimo disse...

sublime

Melissa disse...

Quando leio tuas palavras mesclo sentimentos!

Anônimo disse...

deliciosa dança de lembrança dos passos primeiros e letras também...tudo vira poesia na cabeça de pedropoetinha, amém!
beijos

Anônimo disse...

rááá! adorei a nova imagem!

volto depois! :)

beijos

Vinícius Bissiati disse...

muito bom isso! dorei!
bem vindo ao picadeiro!!!
bem vindo à minha Trupe!

Anônimo disse...

E que pena o arraiá ter se tornado (aqui no interior de Sao Paulo!!!) uma vergonha pra nova geração de caipiras descolados e sem identidade...

O bê a bá por princípios, quadradistas, no amor à forma, à palavra... detesto gramática, rsrs

Abraços e inventos!

Anônimo disse...

Bacana Pedro eu tb já dancei quadrilha à beça, esses versos me fizeram transportar a minha infância...beijuuss

Daniele C. disse...

essa poesia torta, sem métrica, sem arestas, que se aloja em nossas curvas e traça nossos caminhos. assim ela, embebida em sonhos e vento,e de concreto apenas o click seco de quem olha e diz: esse também sou eu.

Mariliza Silva disse...

Adorei seu cantinho, Pedro Pan
Ainda mais "psicografado pelo Pedro Pan" rsrsrsrsrs

Uau, aqui tem muita coisa para ser vista, vou voltar mais vezes.

Muito obrigada pela sua visita ao meu blog e volte sempre. Estou te linkando.

Beijão

Mariliza

Anônimo disse...

Oi Pedro Pan,
Bacana a poesia. Gosto de coisas assim que contam uma cena e nao so uma impressao vaga.
Obrigada pela visita ao meu blog!
Cam

Dora disse...

É um não-acaba-mais de belezura e de emoção esse seu linguajar que a gente adivinha mais que traduz e que é por isso mesmo poesia da boa! Porque poesia não é prá traduzir é prá sentir...
O casalzinho na festa "junina" que se harmoniza lá na infância, o amor que se "ajusta" em sentenças gramaticais e os genitores que se comunicam como "um só"...aí está meu sentir e minha emoção, sem explicação nenhuma...
Abraço apertadão!
Dora

Viscondi disse...

Show de bola. Tinha de ser mineiro.
voltarei sempre.

Maria disse...

Vim conhecer-te, e agradecer a tua visita...

Anônimo disse...

Belíssimo poema, meu caro Pedro!
Bom te ler!
Forte abraço.

Anônimo disse...

Amigão, já vi que aqui tem cheiro de vida inteligente!!! Abração

Lg. disse...

Não dançou comigo mas se fez notório!

Lia Noronha disse...

Pedro: jogos de palavras...recortadas de criatividade...Abraços e obrigada pelo carinho no meu Cotidiano.

Anônimo disse...

você não tem cara de mau nessa foto!

:P

(terceira e última tentativa de deixar esse comentário tão importante)

Lidiane disse...

Pedro, você Pan, como sempre.
Adorei o texto da quadrinha.
Gosto dos cortes e recortes da sua poesia.

Beijo.

Bárbara Lemos disse...

Belas palavras.
É linda a maneira que brinca com elas. Facilidade rara nos dias de hoje.

Beijo meu.

Anônimo disse...

Oi, Pedro Pan! Vim conhecer quem esteve entre meus amores e minhas "transpirações"... Obrigada pelo comentário lá e vou ficar um tempo aqui, descobrindo um pouco de você. Beijos!

octavio roggiero neto disse...

genitores: deste trocadilho nasceu um poema e um filho...
ambos são magistrais!
té mais!

Suhelen disse...

pois é... e quem disse que num parque não se dança quadrilha??
hihi

bjos, moço!

Anônimo disse...

Em mãos deste poetairmão há palavras lúdicas e lúcidas e límpidas. Quero i nesse arraiá. Riodaqui ao mar. abraço . Paulo Vigu

clarice ge disse...

não andei esquecida de ti Pan, tava era brincando de aprender uma gramática muito linda, uma gramática cantada em sílabas por uma vózinha angelical que me redescobre o mundo. (eu avózinha orgulhosa desta voz, aprendendo com minha netinha...) acho que está surgindo uma nova Elis...
imagina a Dirce e o Zé passando por momentos assim?
beijo

Saramar disse...

Pan, a beleza do que escreve sempre me desconcerta e emociona.
Fico boba de admiração e não sei falar nada. Só me encantar.

beijos

Mago disse...

No balance da vida, ensinando o bê a Bá, aprende-se mais que ensina-se, vive-se mais que a vida pode oferecer. Descontrói-se o que antes era e já não é, mas sempre há o que refazer e revisar. Um grande abraço do Mago!

diovvani mendonça disse...

Sua Dirce, forma par, com minha irmã; também, Dirce - eu, já te disse?
~~^~Abraço~^ ~~^^ ~ ~