segunda-feira, 31 de julho de 2006

havia um poema que nasceu
de soslaio.
anoiteceu de olhos lágrimas
e acontecia de dizer palavras
tristes tardes de tanto temer
corria sem ser um
poema imponente
que em horas vesgas decidia
o ir e o vir
ver ser ter temer.
passou assim, noite contando
letras em papel (ofício).

bobo de a corte

domingo, 30 de julho de 2006

a corte de o bobo

sad joker de Pietro Visinelli


















Tenho que parar de observar pessoas. E mais. Parar de observar meus amigos e amigas.
Em estas observações, cheguei a conclusão que algumas pessoas dividem as amizades, em rótulos. Eu vi que estou com um rótulo na testa: O Bobo da corte.
De várias cortes, diga-se de passagem.
Eu não me irrito em ser bobo da corte, até me comprazo de a idéia de ser um, te fazerem de bobo isso sim machuca...
Em esta observação onde notei, que eu era/sou o bobo, é mais ou menos assim, há uma quantidade de amigos, os quais me procuram só e unicamente quando precisam de minha ajuda.
Explico. Se precisam de desabafar, desabafo é com o bobo da corte. Se precisam de conselho, conselheiro é o bobo da corte, se precisam de um texto que discorra sobre um texto deles, quem faz isso é bobo da corte. Se está triste, o bobo da corte te alegra.
Não fico irritado em ajudar, ajudo o quanto eu puder, mas o fato de só nos momentos de precisão te procurar, isso sim, é te fazer de bobo da corte.
Ajudarei, porque se paga o mal é com o bem. Se eles não podem me oferecer nada, graças a Deus, alguma coisa eu posso...
Pedro Paulo Pan
imagem Sad Joker de Pietro Visinelli

sábado, 29 de julho de 2006

poema itinerário acontecido de três antonte
já fazia uns três antonte sem brincadeira
que num mandava notícias, nem encomendas.
minhas desculpas.
enterti co'as rolinhas e pardais e
papa-capim e cum mugido de a vaca.
e co'as pedras de fogo então...
hoje inda carreguei umas pedras pruma
fornaia.
apiei inda a pouco, p'ra escrevinhar
rostos e faces que me deram pouso:
café, de cumê, de bebê, pão de queij,
biscoito frito, e água de corgo p'ra
banhar as idéias. e um paierin, porque
ninguém é de ferro.
devo muita obrigação a estas almas boas.
e os dedos...
que dedos de prosa e noites aluadas com viola
e sanfona. e uma cachacinha, porque
ninguém é de ferro.
nem queria seguir a jornada.
dei inté logo a ess povo tão acolhedor e
mais uma vez segui minha jornada.
tinha um trem pra contar, m'esqueci.
lembrança pra família. a bença meus pais.
colhi hoje umas frutinhas vermelhas
dessas que dão em cerca.
e colhi bons dias - inté breve

quinta-feira, 27 de julho de 2006

chorinho divinal
vez em quando eu declaro
umas lágrimas.
fecho-me. declamo choro, abro
as pálpebras e permito
lágrimas ou lástimas
escorrerem escorregarem.
molhando
rostos restos rastros
molhando
fases frases faces
depois digo: faz assim
não. e começo a sorrir
m(e) olhando.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

eu nem tenho o que
te dizer ao pé de o
telephone.
toca. toca meu coração.
toca quando vier.
como só tu. escutou?
como só tu sabe tocar.
& as palavras arrepiam em
nossas língua(gen)s.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

e uma alegria inesperada
adentra sem parar sem parâmetros
até sem pedir permissões
adesões conclusões condições.
sorrisos-lágrimas por
passear tão desapercebida.
alegria quando chega num
quer mais largar.

domingo, 23 de julho de 2006

poema itinerário volume dois pontos
inda nem bati o ponto.
caminhada dura minha. vendo bois e compro ois
e inté mais ver.
carreguei em a capanga umas laranjinhas capetas
e uma casa de joão-de-barro desabitada.
andei caçando um poste dess de madeira.
que marimbondo fazia morada.
pedi pouso por ali. pernoitei sem pregar
os olhos.
cafezais & palavras que eu trazia em a'gibeira.
se tudo correr bem, manhã eu observo umas
galinhas d'angola e uns passaros-pretos.
gosto de falar passo-preto. aprendi sempre
dizer passo-preto.
mas não gosto de ver animal piado.
ouvi dizer que vivem praquelas
bandas.
em manhã que vinha doirada, eu segui
esta minha jornada.
só agora apiei p'ra escriturar o que presenciava.
de a próxima mantenho inconformados...
com muito gosto.

sexta-feira, 21 de julho de 2006

poema itinerário
faz alguns dias que exercito
uma nova rota.
amanhecendo, garrancho
um verso. e tomo um poema
p'ra desintoxicação. ou não.
uma frase não me sai de
a memória.
estou lendo em as calhas.
se chover, vai goteirar.
tento um rascunho novo
de a f[r]ase. se conseguir mando
notícias. me esmero.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

{ o dia tentou acorda-la

o dia ventou ao acordá-la. pálida & de bochechas coradas. o dia já se fazia em 7 horas. ela precisava inda fazer um chá de camomila, tomar um banho...e. e.
assim levantou correndo, esfregando os olhares, abriu as janelas & viu a rua parada. calada. uma ou outra vivalma passeava por ali. carros vagarosos cortavam a rua. achou tudo muito sinistro. colocou uma xícara com água em o microondas & foi escovar os dentes, lavar face. então o microondas apitou, pegou a caneca com água fervendo, colocou um seu chazinho predileto. já em a varanda deu em sua cabeça de olhar o calendário que fixava com as anotações em a geladeira. olhava & não cria o que via. era domingo. & ela ria. pela confusão de sua cabeça. a semana tinha corrido tanto que ela até estava a imaginar que o domingo era um dia útil... sim pensou ela "útil para descansar". pegou um revista de cruzadinhas & adormeceu novamente, nem escreveu uma palavra se quer.
Pedro Pan
havia um poema
amorrotadinho em
fundo de cristaleira.
não sei se fugiu
vôo ou rugiu. agora
pela matina ele ron-ronou
uns versos ainda.
em as horas vesgas ele
cochila.

terça-feira, 18 de julho de 2006

existem cartas
que trazem resquícios.
as palavras dela[s] mostram os rastos
em a minha retina.
tais epistólas tem cheiro e letras de
dor. de amor. de pavor.
de uma felicidade tão. tão.
posso até parar, nem sei expressar
a felicidade de estas letras
de aqueles dias. de aquelas vezes.

segunda-feira, 17 de julho de 2006

tento crer em versos que são tão pó.
cartographias não indicam tão bem o
momento de felicidades.
justamente em meio a notícias ruins e
pessoas virando as máscaras assim...
a felicidade mais uma vez veio-me de o simples.
em afagos distraídos. sem imaginar o bem
que fazias. que trazias. de uma humildade
e, de uma originalidade sem noção.
quando estava só. desolado. desconsolado.
a simplicidade afagou ser. e quando
me vi lépido, agradeci a sorrisos.

domingo, 16 de julho de 2006

poema por encanto ou por muita tarde
meu canto estava por demais
sem gracejos. sem melindres. sem mesuras.
nem sei gracejar, já, como outrora.
ora, ora
isso desaprende também. deve até fazer
um bem. é. pode ser uma desculpa
esfarrapada - plausível.
quero viver o vento embalançar meu 
diariamente ...
e por enquanto ficar com as solas
presas à terra firmeza.
e por enquanto correr de lá pra
até mais logo... ao ver o agora
entardecendo uma esquina mais diante
, de nossos olhares. atenção.
nem me atino. posso tentar outros
cantos por exemplo. por obséquio.
por pouco tempo. por muita tarde ...

sexta-feira, 14 de julho de 2006

existem acontecimentos que
não há o que se precaver.
paixão por exemplo
não prescreve as atitudes...
alguns se dão bem
, outros são um lamento só.
vamos mudar de assumptos ?

quinta-feira, 13 de julho de 2006

o rio (acho) 
es
corre
ga
por a margem.

quarta-feira, 12 de julho de 2006

& não posso te privar
de a minha presença
em tuas lembranças
(teus sonhos
, tuas vontades)

segunda-feira, 10 de julho de 2006

em aquela fuga
cidade
teus olhares não permitem
verde longe.
foi exactamente ela quem
quis velo
cidade.

"se alguém perguntar por mim..."

domingo, 9 de julho de 2006

     em a rural
idade
se perdia os olhos
pro
horizonte.

"se alguém perguntar por mim..."

sexta-feira, 7 de julho de 2006

& aquele hoje choviscou.
e os nossos olhos
passeavam por ali
& até lá.
também ficamos de lá
a ouvir o plique
de as gotas, ao escorregarem
por as nossas frases...

quinta-feira, 6 de julho de 2006

meu ouvir sentiu
rastros de cochichar
, era ela beijando-me
nh'as
têmporas.
há tempos não me fazia
tal mesura.
a vida tem uns trem tão
bão viu...


terça-feira, 4 de julho de 2006

como era triste aquele entardecer.
em tarde ser. era. foi.
o olho de ela derramava lástimas
mesmo árido chorava.chovia.
& conversavas em o telephone
móvel
, um pouco abaixo de a nossa janela.
"sofrer é minha sina ?"
perguntava chorosa.
nós que não podíamos responder...
"não esqueço este passado"
& o amor se ia...

domingo, 2 de julho de 2006

por que vasculhas
coração provocando
esta dor?
exaspero.

abobrinhações

tarde mas
ins tiga
o céu
o sol &
ocê.
o ser
'star lar?!