poema itinerário
faiz dia que num mando
as notícia de jornada.
passei por arroizal, cafezal, miaral
e plantio de fejão, e alegrias.
vi jurubeba, cagueitera e mangaba.
manga rosa, manga piqui, coração de boi
e comum.
maria fecha a porta.
atravessei um corgo razin-razin.
dormi debaixo de tamarindeiro.
uma tardes dess campiei cuns vaquêro
e lavei um par de rôpa, junto cas lavadera
que cantavam rio.
peguei trem que me levou dali-pra-la, apartei lá
pertin onde vive uma família que mexe com
cantoria em fêra, em quermesse...
ganhei uma prenda, era uma brevidade.
na ida me encontrei com uma parenta, que manda
lembrança inté pra quem num conhece.
o sol levanta, a lua chega e eu num cheguei lá inda.
precisei mudar minha rota. pegar um ataio.
pensei inté ter pego foi um maloiado. ou um quebranto,
fui numa benzedera, que rezô pra mim e família, com terço,
gain de arruda e preces
a Nossa Sinhora e Nosso Sinhor dos Passo.
querdita que uma família que pedi pôso
istumaro cachorro brabo tudo da vizinhança.
nem tudo nessa vida é fácil, pensei que nunca
mais ia inscrever, nem em papel de pão, como
tô inscreveno agora. uma hora dess.
bá noite. inté. o sono chegô. e a primavera tá quais aí.
manhã cedo, vô a missa.
13 comentários:
belezura!
té mais vê!
Como se eu escutasse.
Muito bom!
Beijo.
:*
E bom final de semana!
Ah o Bom Pedro Mineiro! Cada viagem dessa trago mais de Minas pra dentro dos olhos, posto que nunca a vi.
brigado, viu!
[]´s
uai!
saravá, vatapá!
ê, essa caminhada traz tanta beleza aos olhos... :)
beijos!
Itinerário bem construído. Os caminhos vão ficando claros em minha cabeça. Um beijo!
Mudou o visual do blog e este poema está ótimo!!!!!
andas num proseado
de arrastar o banco
sentar e te escutar
depois ir ir ir
levando os cheiros
de teu caminhar
carinhos e bom domingo Pan
PS: gosto da mudança, mas gosto do antes também.
adorei. estava escutando agora há pouco o CD do Cordel do Fogo Encantado. Eles musicaram alguns cordéis. Essa voz popular me comove. E seu passeio, é bonitin demaiss.beijos.
Pedrão, já li em inúmeros blogs pessoas prestando homenagens a você. Isso é muito importante, porque geralmente se lembra de um poeta só depois de sua morte, muito embora você teime em frisar que não é um poeta. E todas as homenagens, seja a mais singela, como a minha, seja as mais requintadas, não passam de reconhecimento do valor de sua obra e de seu valor.
Quanto aos seus itinerários, sei que já disse, mas é sempre bom reafirmar: são um deleite poético e uma aula de língua brasileira.
Quanto ao novo layout, tanto destas quimeras poéticas, quanto o das outras quimeras, estão bonitos demais da conta.
E só mais uma última coisa: sem palavras pra você, viu!? Não mereceria tanta consideração assim, mas fico extremamente honrado por figurar em um lugar de destasque aqui no seu blog. Justo eu, um poeta que anda tão fora de catálogo, sendo anunciado, estando em cartaz neste espetáculo, que é o por quimeras que pareça!
Honrado por isso e grato por tudo, sempre!
Abração, meu amigo!
Té mais ler!
Ah! Tá escrito "Gimarães" lá no nome do escritor, acho que cê se descuidou, esquecendo de digitar o "u" do "Gui"...
Ah, virou moda escrever poema em tua homenagem
odeio modismos!
Por isso, o poema (que já foi re-lido, re-escrito, re-mexido, re-vivido) ficará guardado para muito sempre!
Afinal, ele está aí, nas tuas escrivinhaturas itinerárias...meu caminho está por aqui, já que sempre cruzo com estas pedrinhas interessantes que alumiam minhas ideinhas...
Beijos
In tua HOMEnage, vou acendé agora, um "cigarrin de paia"... Vô lá na Rural buscá!
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