sábado, 5 de agosto de 2006

poema itinerário
num sei se ando a esmo
ou ao léu. a derradeira
vivalma que encontrei em meia
poeira, confidenciou-me que aqui
é um esmo, num é mesmo?
um esmo, um léu, um fogaréu.
se foi-se com foice badobraço
e segui oiando ermidade de
o lugarejo.
qualquer vez mando lembrança da boa
se Deus quizé. amém.


poema itinerário
nem guentava mais de tanta buniteza
e belezura que minhas vistas avistavam.
o sol queimava a água do corguinho
onde descalcei meus pés
nágua. o corguinho é pertin. se bobiá
alcanço a estrada inda e chego lá
depois de o anoitecido.
hoje andei muito divagano. parecia que
pisava em ovos, inté contei os passos.
só quando passei perto duma capilinha
aresolvi de entrá. rezei pros meus dias,
minhas noites, inda rezei um terço.
depois de a jenuflexão e sinal da cruz
senti uma brisa de corgo.
ou riberão. ou açude. ajuntei minha
matula, minha capanga, meu imbornale...
nem creditava.
aguá branquinha, quinem cachaça. passei
um tempão ali
e as piabinhas correndo sem parar.

14 comentários:

Leandro Jardim disse...

num guento mais de tanta buniteza!

Claudio Eugenio Luz disse...

Ah, meu caro, tú contorce, retorce e retira das palavras itinerarios pra lá de minas.

hábraços gerais

Keila Sgobi de Barros disse...

Ah, quero um interior destes pra mim!

Besos

Cristiano Contreiras disse...

Já andei muito divagano, em constante desatino, a pisar em ovos.

Anônimo disse...

Me sinto no interior de Minas com seus passos! Belos! :)

Beijão!

Anônimo disse...

Pedro, poema itinerário porque hoje é sabado, também ando a lesmo, ao isca de polícia, sei lá, beleléu. Abraços poéticos.

Anônimo disse...

Como sempre um belo poema!!!

Anônimo disse...

que legal!!!! amei!!!

Anônimo disse...

vou de linha aérea presse sertão e nadarei no corgo e vou criar habilidades de lesma, me arrastar no rastro daí. Até virar pedra de bocó oiano o tudo vivo daqui.
Gosto dimais dessas paragens. Abraço poético - Paulo Vigu

Bell... disse...

mudaste teu jeito de escrever?
ou estou louca?
rs
saudades, e bjs sempre teus.

Tanara Da Silveira disse...

Mais é bom demais!
.
Uma delícia teus versinhos Pedro!
hummmm x)
.
.
.
.
beijos, beijos

Anônimo disse...

texto em que se bebe água...fresquinha...texto oásis... que indica um caminho... que dá vontade de acompanhar.
um beijo

Anônimo disse...

estas trilhas são sempre benfazejas.

H disse...

Belo! Belo! O que há de ser mais...senão isso.

amplexos