poema p/ que olhos desapercebidos.
de os sentidos todos.
tem horários que a falta
rói com mais forças.
e fixo a relembranças
de nossas sextas.
relendo as cartas, que tu me tinhas
enviado via sedex.
folhas timbradas
por tuas lágrimas minhas.
a semana inteira todinha
esperançava por a sexta.
a semana inteira todinha
aguardava os ponteiros
de a ampulheta.
ir de ônibus a teu encontro
a teu encanto.
talvez, eu ainda não chore hoje.
por você.
olhos calados.
cálidos.
dolorindo.
talvez, nosso sim, venha
amanhecedo.
Pedro Pan, 2007.
26 comentários:
é suave a melancolia destas linhas, tanta doçura por quem sabe. talvez sempre. as lágrimas dela rolam em seu rosto, as suas chovem num dia que ela esqueceu o guarda-chuva.
se fosse pra escolher um poema teu, este seria com certeza um dos mais.
"vou te levar", do Lobão, toca no fundo deste poema, enquanto você e ela se abraçam na praça mais bela, a do pôr-do-sim!
saio encantado e diferente de como entrei!
o que dizer de seu lirismo, seo Pedro, o que dizer?
té mais ler!
dolorindo... esta palavra... é como sorrir na dor. é como saber que vale a pena morrer agora ou viver pra sempre deste amor que pulsa o mais íntimo encanto. dolorindo... esta palavra pisca, ali num verso, sozinha. dolorindo, em verdade, é um poema completo e irretocável: um poema dentro de um poema, como um espelho refletindo outro.
ah! queria receber um sedex também: é fácil! põe a Pólis Divina com todos os itinerários possíveis numa caixa, lacra direitinho, e endereça este bucolismo mineiro pra esta cidade cinza aqui, esta paulicéia desvairada, cercada de concreto e ornada de solidão.
abraço, profeta, nos vemos por aí. afinal, caminhando tanto por sonhos, assim, bem capaz que nos encontremos cada vez mais em Poesia!
A vida por vezes gosta de nos fazer esperar... Uma boa semana para você!
E assim descubro mais um oásis. Obrigado pela visita, Pedro. Estarei por aqui mais vezes, certamente. Belos textos, belos sentidos. Abraço grande.
Ai, Pedro.
Vou dizer o quê?
Essa espera que eu um dia já esperei, não na sexta, é tão boa e tão ruim, que nem sei...
Todas cartas e lembranças são tesouros que guardo em caixas no fundo do armário. Escondidas, mas todas são acessíveis...
..às vezes, as sextas nunca chegam.
Belíssimo poema, Poeta.
Forte abraço.
Belo poema, parabens. Votos de um bom feriado e um bj
Que amanheça sempre, todos os sim de amor.
Lindo demais.
Eu adoro sua linguagem, essa quase brincadeira com os versos, como criança experimentando a vida.
beijos
Olá Pedro! Q lindo post.... muito suave, encantador!!! Um bjo!
por horas me faço feliz, por não ter lembranças que não me façam sofrer... afinal para que estar sempre a reviver coisas que nao vao se repetir?
tudo pode ser bom
ou ruim.
Grande amigo, saudades de comparecer nesse jardim de poemas.
:)
Venho te avisar que estou retornando a postar. E se puder me visitar ficaria honrado.
Apareça.
abraços
Faço da minha espera a felicidade de saber que amanhecerei um dia o meu amor...
feliz noite meu querido
beijossssssssss
Meu caro, você é rio-rio-rio... de boas palavras e sentimentos. Abraço.
Até a dor eh proveitosa qdo sabemos com ela aprender.
Aprender a ter paciência, aprender a esperar, aprender a aceitar, aprender a renunciar.
Salve a dor!
Beijos
Tão bom assim ler isso aqui tão belo e inspirador. Meu coração anda aí em Minas e a distância, amigo, não é mole não.
Bjs
É de sins amanhecendo que se faz o dia. Se seguirmos "dolorindo" é porque não rolou sim. Mas Pan segue esperançando. Riodaqui. abraço. Paulo Vigu
Esta semana inteira te ví por lás e acolás, sempre lalaripoesia. Amigos nossos se enfeitam de ti. Beleza!
Aqui, te percebo na espera que desejo amanheça sempre.
Beijo Pan
Que falta que ela faz, heim, seu moço. De tempo ao tempo e da próxima faça uma 'figa'... Abraços.
eu li e reli e esta sensação de carícia não passa... vou ficar aqui, noite afora... lendo... relendo... e sentindo o lirismo que acarinha...
beijo e mais beijo
poema sentido, por o Poeta nao ter tido, o que quis.
[]´s
Abomino meu passado em folha de papel, me faz muito triste... e aguardar, sentado em ponto de ônibus, já vai longe em significado...
Mas eu continuo acreditando no amanhecer com "sim"... é isso que me mata! rs
Sua poesia me pôs em estado de reflexão, profunda reflexão!
Abraços e outras invenções!
"dolorindo"
Ê, poeta.
Pena a dor ser tão bonita de escrever!
Eu só sei que algumas histórias seguem reto. Sempre. Fazem visitas novas e(n) cantos.
Algumas fazem volta.
Outras, curva.
De qualquer forma tem um sorriso no fim da espera.
**Estrelas**
Vim em busca de novas "psicografias"... Na falta, rleio as anteriores, o que é sempre bom para alimentar a alma e emoção.
Forte abraço, caro Pan.
É em textos escritos assim que se apaga qualquer vestígio de desesperança. E olha que sorte, a minha, em ler justo no domingo chuvoso de Recife. Grande abraço, Pedro.
Eita! mas, que belezura demais!
Um Guimarães Rosa bem ma minha lembrança dos tempos que eu o lia e me deleitava. Não se preocupe não com a comparação. Pedro Pan é único! E essa "relembrança" que pode virar "acontecença" me deixou comovida "como quê"!
Beijo meu.
Dora
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